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Diálogo Aberto: uma revolução na saúde mental

3.º Encontro Internacional em Saúde Mental

O 3rd International Mental Health Meeting, promovido pela Fundação Romão de Sousa, aconteceu na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (FCSH), a 24 de novembro, e contou com alguns dos melhores profissionais da área num debate sobre novos caminhos para a saúde mental.

José Romão de Sousa, Presidente da Fundação, Miguel Xavier, Diretor do Plano Nacional de Saúde Mental e João G. Pereira, Diretor Clínico da Casa de Alba, abriram o evento que teve como tema o Diálogo Aberto e Processos Reflexivos em Saúde Mental.

Jaakko Seikkula, Professor Catedrático de Psicoterapia do Departamento de Psicologia da University of Jyväskylä, na Finlândia, e mentor do sistema Diálogo Aberto, falou pela primeira vez em Portugal e apresentou dados encorajadores para o desenvolvimento desta terapêutica.

Segundo o Psicólogo e Professor, dados recolhidos na Finlândia (berço do Diálogo Aberto) mostram que a taxa de mortalidade em pacientes que passaram pelo Diálogo Aberto é significativamente inferior ao daqueles que se mantiveram no sistema de tratamento habitual.

Segundo dados revelados pelo profissional, a maioria dos pacientes deste sistema de tratamento consegue desenvolver uma atividade laboral e ser autossuficiente. Apenas 33% sobrevivem unicamente de subsídios. Os números crescem para o dobro quando se fala do sistema de tratamento regular, onde 60% sobrevive à custa de apoios financeiros externos.

O Diálogo Aberto, enquanto método de tratamento, deve envolver todos os serviços da região, bem como toda a comunidade que apoia o paciente, desde psiquiatras e psicólogos, a família e amigos. Além de diagnosticar o problema, os terapeutas devem estar disponíveis para tentar perceber o que se passa na vida do paciente numa perspetiva exterior.

Neste diálogo a pessoa participa durante toda a sua vida, com os olhos, lábios, mãos, alma, espiritualidade, com todo o seu corpo…”, explicou Jaakko Seikkula.

Após o almoço, a sala manteve-se cheia para ouvir a apresentação do segundo Keynote Speaker, Giovanni Stanghellini, psiquiatra, psicoterapeuta e professor italiano, que defendeu a utilização do método fenomenológico-hermenêutico para restabelecer o Diálogo com a alteridade, denominador comum a todas os distúrbios mentais.

Segundo Giovanni Stanghellini, aos primeiros sinais de que algo não está bem, o paciente pode tomar duas alternativas: seguir na direção das alucinações ou questionar alguém em quem confia sobre o que está a ver. É aqui que o seu método PHD pode funcionar (phenomenology, hermeneutics and psycho-dynamics).

O debate sobre Neoliberalismo e Saúde Mental, que encerrou o Encontro, contou com Raquel Varela, Historiadora e Professora Universitária, Jorge Barreto Xavier, antigo Secretário de Estado e Professor no ISCTE-IUL, José Luís Pio Abreu, Psiquiatra e Professor na Universidade de Coimbra e ainda os Keynote Speakers, Jaakko Seikkula e Giovanni Stanghellini. O debate foi moderado por João G. Pereira, Director Clínico da Casa de Alba e investigador em psicoterapia, e Rex Haigh, Professor Honorário de ambientes terapêuticos e saúde relacional, na Escola de Sociologia e Política Social da Universidade de Nottingham no Reino Unido. O assunto gerou uma discussão intensa sobre a sociedade em que vivemos e os resultados dessa vivência na saúde mental.

Livro de Resumos

O Livro de Resumos do 3.º Encontro Internacional em Saúde Mental já disponível online. Consulte também o Livro de Resumos relativo à segunda edição do Encontro, realizada em Estremoz, em outubro de 2016.


 
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